sexta-feira, 22 de junho de 2012

Voltaste

Voltaste inesperadamente, ou será que não és tu? Ainda não sei, não me dizes o que queres. Afinal o que é? O que tens de tão especial? Fazer de uma besta um deus e de um deus uma besta é o cabo os trabalhos mas fizeste-o.
E agora? É de vez? Não vais embora, não levas um bocado de mim?

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Sim, era para ser um texto mas saiu outro

Já tive fome depois de comer muito, já estive cansada depois de dormir mais de meio dia, já me senti insatisfeita depois de ter muito do que quis (porque nunca estou satisfeita).
É mau ser ambicioso quando se tem cada vez mais e se sente cada vez menos feliz. É bom ser ambicioso quando se trabalha para ser cada vez mais e melhor.
Exposto desta forma, talvez se pense que a ambição é um ponto de colapso entre as boas e as más intenções. E é verdade, está muito nas intenções e como se controlam.
Uma boa intenção descontrolada pode ser tão má como uma má intenção, porque se torna obcessivo. Por isso, por mais que queiram tentar persuadir os outros a ser diferentes porque acham que é melhor para a vida deles, dêem apenas o conselho e deixem-nos decidir.
Álguem só é ajudado quando se deixa ajudar, por isso não insistam.
(Isto até podia ser um bom texto para aquelas velhotas que andam na rua a impingir papéis e tentar que mudemos de religião... Ninguém muda assim do dia para o noite, sem ter razões fortes e se acreditar mesmo no que está a fazer)
Não quero que travem as minhas obcessões, eu eventualmente bato contra a parede, páro e reflito (ouvi dizer que de acordo com o AO fica paro, mas para mim ainda não me faz muito sentido, nem sei se algum dia o fará).
Mas deixem-me em paz! Deixei-me encher de porcarias e dizer idiotices das quais me vou arrepender. Eu sei o que faço e é quase irresistivel pisar a linha muitas vezes (mas com muita, muita contenção e determinação não o faço).
Amanhã pode ser que ouça, mas não me travem agora. Agora que quero viver um pouco mais do que dantes. Agora que não quero apagar a luz.
E isto que era para ser sobre outra coisa... Enfim... É o que dá escrever às 3 e tal da manhã!

Atormentas-me...

Ainda me atormentas desde aquele dia em que te conheci e que deixei entrar o meu lado animalesco na conversa. E tu bem sabes que somos duas bestas que viveram o suficiente para saber que na vida não podemos buscar àgua a um poço de ingenuidade para vermos as coisas pelo lado rosa, como aqueles que aparecem nos filmes depois de uma turbulenta história com pouco sentido, a imitar a vida.
Mesmo sem te ter verdadeiramente conhecido foste um ponto de viragem que teimo em dizer que não és. Aqui digo-o, sem medos porque aqui retiro a minha máscara de pessoa que teve de se tornar forte e por vezes tem de se armar em cabra insensivel mesmo que a magoe, mas que quando é preciso ajuda mesmo os que não merecem (mas sem deitar uma lágrima sequer,ser rancores, pelo menos em público-a parte das lágrimas).
Hoje rio, mas já chorei por mim... Eu derramo as lágrimas sozinha, na cama, sem medo porque ninguém me ouve ou vê. Sozinha posso ser forte ou fraca se quiser, posso ser selvagem ou posso-me aninhar nos lençóis com um desejo de proteção de alguém que não vem. Ás vezes ainda choro por dentro, por uma coisa tão parva e sem sentido tomar estas proporções e chegar quase a levar-me a dar o teu nome a uma era da minha vida quando tu nem sequer participaste nela.
Já estavas em mim sem te conhecer, porque temos algo em comum... Apenas me despertaste... Fizeste-me quase tentar acabar com a minha consciência inconsciente, levar-me à loucura e arquitetar um plano contra os valores que agora nem sei se tenho.
Já traí em pensamento e, tu minha besta, quase me levaste levar à ação! Mas não fica por aqui...
Todas as conversas, todas as mensagens e conversas que tão intimamente dizias serem entre nós os dois (e eu acredito que sim, apenas porque sei que não queres as coisas pretas para o teu lado) deves ter tido com muitas outras. E esse nem sequer é um problema para mim, porque já o calculei e sei, com sempre soube, que agiste por interesse tal como eu... Mas porra, sai-me da cabeça uma vez por todas!
Não me deixes pensar em encontros que nunca acontecerem nem vão acontecer, ou em vingança ou em alguma hipótese de acontecer algo que nos meta cara a cara, pela primeira vez, como já estivemos quase corpo a corpo sem nunca nos termos cruzado (a não ser pelas mãos do "destino" que levou o teu amigo a apresentar-te... amigo que nem eu conhecia até há pouco tempo...).
Sem dúvida tens um charme nessa sinceridade com que dizias tudo, o bom e o mau (a contrariedade da tua pessoa deixa dúvidas no entanto, depois dessa atitude parva que tiveste, mandavas-me à merdinha que era melhor. Eu podia estrebuchar mas nunca irias ficar mais aqui!). Mas também és convencido, dizem que os "bons" (físicamente) são os piores... E é verdade, e eu sempre o soube.
Aproveitaste-te da minha fome e eu da tua, mas não chegou a acontecer. Houve aquele momento em que disseste as palavras-chave que fizeram-me voltar ao mundo do raciocínio: O jogo é teu.
As derradeiras palavras... De repente senti-me sozinha, a tua cumplicidade abandonou-me e vi o que estava a fazer. Talvez, se não fossem certos motivos, teria ido em frente ou talvez não...
Não sei, porque não aconteceu e agora se te olhasse para os olhos malandros desmanchava-me a rir. Como pensei isto ser possível (e como continuo a pensar, mesmo que não pretenda que seja contigo) ou então ficava envergonhada, como normalmente fico em situações destas ou então ainda tentava encontrar algo nos teus olhos, que nunca reparei se são vazios ou cheios, sei que me disseste que são esverdiados e eu já notei umas pontas de verde, mas não como aquelas que há nos meus. Sem dúvidas são verdes diferentes e em proporções diferentes.
O que me libertou um pouco, foi aquele ar malandro com que falaste depois e eu não me conti em mandar umas bocas, que talvez sejam as responsáveis por provavelmente nunca falares mais comigo. Mas libertou-me! O que me fez mal foi nunca mais teres dito nada, preferia uma valente discussão e perceber tudo do que isto. Não gosto de meias palavras, gosto que me digam tudo o que me têm para dizer, seja azedo ou doce. Mas o silêncio dói e leva à loucura, agora sei disso.
Também sei que depois de ti, por me deixares este lado à solta, vou fazê-lo finalmente... Aquilo de que tanto falámos e, que depois de saberes que não ia acontecer, desvalorizaste para não dares parte de fraco. Mas desta vez com mais confiança, com menos medo de falhar ou de agradar, porque ele apesar de ser totalmente diferente de ti em relação a aparências tem em comum comigo coisas que nunca tiveste. Colocas a fasquia alta, não tenhas dúvidas... Há o medo de não agradar e, atormenta-me isso, porque faço de tudo para me marimbar para tudo e todos e sinto-me bem assim...
Uma vez relataram-me uma conversa em que disseste que te fazia bem, mas tu fizeste-me mal e ainda fazes... Seu egoísta! Eu sempre soube que o foste, talvez foi o que te ensinaram. Talvez pelos teus infortúnios tenhas escolhido ser assim. Mas, a minha alma ingénua que eu enterrei há tempos tenha querido ressuscitar e agora prega-me estas partidas!
Não valho nada, eu sei. E tu? Também não e, tu sabes tão bem... Há coisas em que somos iguais, para o bem e para o mal.
Podes fazer melhor, muito melhor. Tens potencial mas ainda te deixas levar por uma vida de inércia até valer a pena esforçares-te... Conselhos para quê? Nunca os vais ouvir.
Sabes o que me dói mais? Saber que um ser como tu tenha despoletado tudo isto e afinal sou apenas mais uma... Mais uma experiência...
Mas antes demais deixa-me dizer que não és assim tão especial. Tal como foste tu, podia ter sido outra pessoa. Tiveste "sorte" de ser o primeiro, eu tive mas foi azar... És um ponto de viragem, uma aproximação do pensamento à ação, sabes quando o limite entre os dois tende para zero (e nós que odiamos matemática, e eu a dizer isto).
Há coisas que ainda não percebo e sei que não me devo dar ao trabalho de perceber. Não vale mesmo a pena não é? É um passado que nunca aconteceu e nem vai acontecer, mesmo que nunca se deve dizer "desta àgua não beberei". Talvez seja por isso que procure a tua cara na multidão, mesmo que sei que as probabilidades de tal acontecer sejam infimas, estupidamente infimas o quanto estúpido é este pensamento.
Odeio que as músicas daquela altura me façam pensar em momentos que não aconteceram e palavras não ditas e filmes que fiz, com piada ou sem piada, prováveis ou improváveis, ou o que for. E pior, penso ainda em pessoas que nunca vi, tão ligadas a ti que tornaram tudo tão negro. Não faria tanta diferença se fossemos livres de voar pois não?
Eu continuei em frente, tal como tu continuas de certeza  e espero bem que sim... Não te desejo mal, embora achasse bastante divertido ver-te dentro de uma situação cómica ou embaraçosa, mas quem não gosta de ver essas coisas?
Não sei já consigo dizer adeus, afinal conseguiste-me ver alguma coisa de útil na matemática, fizeste-me pôr palavras inteiras com a mais pura claridade e tenho a certeza que ainda me podes ser muito útil na literatura, um dia quem sabe? Mas não estejas já com ideias de ser personagem principal, que eu sei que queres muito ser o líder em tudo (in your dreams, you're someone's bitch and don't notice or admit it). Apeteceu-me mesmo escrever em inglês agora, se não percebem fodam-se mas não usem o tradutor virtual, não vale um chavo! Perguntem a quem sabe ou recorram aos serviços de um tradutor.
Onde iamos... Ah, sim, tu ó besta bestial: felicidades e se um dia nos encontrarmos que seja ara coisas boas, nada destas conversas. E se por obra do espírito santo leres isto: não te comeces aí a achar e tal, OK? Se tivesses falado comigo talvez não tinha acontecido muita coisa cá dentro e tudo acaba numa risada sem mais pensamentos maus ou bons. Olha acabavas por ser um parvo qualquer e prontos... Ainda és um parvo, mas a diferença é que és tu, tens um nome (bonito até por acaso).
E é isto... Talvez um dia destes ainda tenhas mais umas linhas ou melhor, nenhuma que até é bom sinal. Mas está na hora de te dizer adeus por hoje!
PS: Não reler este tipo de textos de novo. Escrever e publicar,que se lixe tudo e todos! Anula um pouco aquele efeito libertador que escrever tem, faz-nos querer apagar coisas. Felizmente não cheguei ao fim.

Tenho medo de ti

Tenho medo de escrever e não dizer nada. Tenho medo de escrever mal. Tenho medo de olhar para as minhas vírgulas mal postas e as palavras mal-escolhidas que teimei em usar porque não me apeteceu ou não soube buscar melhor.
Há meses, (sim, meses... parece uma eternidade) eu não teria qualquer problema contigo e nem vergonha em te mostrar. Mas isso era o tempo em que eu sabia escolher melhor as palavras e como as conjugar, na mais bela e perfeita (ou imperfeita, porque a imperfeição é perfeitamente bela... Isso fica para outro dia) sintonia que eu e uns poucos percebiam...
Tenho saudades disso... Levei-me à exaustão, quebrei-me e agora divago entre caminhos que não me levam a lado nenhum.
Ele diz-me que não, eu sempre soube que não e até adivinho o porquê do não mas eu quero um sim e que seja verdadeiramente sentido, sem ser por favor nem por promessas de troca de fluídos. Preciso de um sim e de deixar de ter medo de explorar, de te dar prazer e a mim quando escrevo.
Quero reencontrar o caminho e chegar mais longe... Outra vez...

sábado, 3 de março de 2012

Sem Paciência...

Hoje em dia pedem-nos que tenhamos paciência para tudo e, como bem mandados que somos, aturamos tudo. Aturamos desde pessoas a meterem-se na nossa vida, como soubessem mais nós do que nós próprios, dando palpites e mandando bocas que os tempos são de sacrifício enquanto os vemos todos contentes a esbanjar dizendo que a vida está difícil para todos.
Não me apetece ouvir mais, não! Se for preciso isolamento seja, assim só me chateio comigo mesma.
Mas quem pensam que são para dar palpites e dizer que não consigo lá porque eles são fracos e nunca souberam o que é passar por dificuldades?
E mais, quem é que pode falar das coisas só de ouvir dizer. Já eu passei pelas coisas e não és tu que me vens dizer como as coisas são depois de EU já as ter vivido.
Irrita-me como achas que podes falar de cor e achas que só a tua vida é difícil (quando não o é, passas os dias sem fazer nada e no passeio a gastar dinheiro, que te dizes faltar. Mas olha que quando é para comprar merdas tens sempre).
Não gosto que me digam os meus limites, especialmente vindo de alguém fraco que só sabe falar e nunca fazer. "E agora não vais conseguir isto e aquilo, não consegues resistir a isto e aquilo!". Pelo menos sei reconhecer as minhas fraquezas e sei mudar o meu comportamento para alcançar os meus objetivos.
O pior é que me empatam, uma pessoa já não pode ir sozinha para lado nenhum, têm de ir sempre atrás e perguntar e criticar ou então calam-se porque não são capazes de fazer alguma coisa da vida.
Detesto tempestades num copo de água e quando as faço depressa acabo com elas e faço o que tem de ser feito. Mas como para alguns tudo é uma enorme dificuldade, passam simplesmente a vida a queixar-se e a dar desculpas.
Estava melhor se não me procurassem ou se se metessem na vida deles. Mas como têm medo de ficar sozinhos e eu que já não tenho paciência para discussões, continuam a bater sempre na mesma tecla.
O que fazer... Tentar distanciar-me e seguir com a minha vida, como tenho feito. Mas quando se vê essa pessoa todos os dias é difícil, porque não há sequer ódio de nenhuma das partes.
Sim, as próximas semanas vão ser ocupadas e não quero ninguém no meu caminho, hei de fazer tudo e espero que bem, que se lixem os outros e as suas necessidades egoístas, quem anda com a vida para a frente somos nós.
E não há paciência mesmo para pessoas que se acham tão adultas mas que no fundo nem sabem o que fazer se lhe faltam as coisas ou se se têm de mexer sozinhas.